Falando da viagem

pelo viajante , em

 

Voltei da terceira eurotrip há três meses… acho que é tempo suficiente pra fazer um post-fechamento, sem focar em detalhes como fiz no diário de viagem e deixando mais espaço para temas mais subjetivos dessa jornada. Nas redes sociais vejo constantemente pessoas compartilhando uma frase que eu desconheço a autoria mas concordo plenamente… Diz mais ou menos assim: “Viajar é a única coisa que você compra que te faz mais rico”. É claro que a riqueza nesse caso é subjetiva. Não tem nada a ver com dinheiro. Tem a ver com aprendizado e experiências.

Planejamento

Organização e planejamento de viagem foram marcantes nas duas primeiras eurotrips e nessa terceira não foi diferente. Quase tudo estava programado nos mínimos detalhes e quase tudo realmente fluiu exatamente como planejado. O principal ganho de toda essa organização é a economia. Falta de planejamento custa caro. Normalmente rende gastos extras, indesejáveis além de perda de tempo e stress numa viagem que era pra sua diversão. Tentando evitar essas coisas, sempre optamos por esquadrinhar e planilhar o máximo possível. As vezes eu fico pensando o quão longe eu poderia estar se fosse tão organizado com a minha vida e não somente com as minhas viagens… rs

Por outro lado, também tenho a consciência de que essa organização extrema pode me privar de ser surpreendido positivamente pelo acaso… mas, no final das contas, acabo preferindo não correr o risco e sempre opto por um bom planejamento! Como não usamos agências de viagens, temos sempre bastante trabalho pra organizar as coisas o resultado é sempre prazeroso e gratificante!

Ainda sobre organização, conseguimos nessa terceira jornada evitar duas coisas que já eram quase nulas: Noite no aeroporto e taxi.

Na primeira eurotrip “dormimos” uma noite no Schiphol (aeroporto de Amsterdam). Na segunda passamos uma noite no Barajas (aeroporto de Madrid). Dessa vez, graças a Deus, conseguimos evitar esse sofrimento. Só tivemos três trechos aéreos e todos foram no final da tarde. Dormir no gelado do aeroporto é horrível mas já explicamos aqui as circunstancias que nos levaram a viver essa “aventura” em 2010 e 2011.

Já o taxi, pegamos três vezes na primeira eurotrip, duas vezes na segunda e nessa última edição conseguimos evitar totalmente. Todos os países da Europa que visitamos são muito bem preparados no quesito transporte público. Ir de taxi para um aeroporto ou para qualquer outro lugar é apenas uma opção mais privativa em meio a uma gama de outras alternativas. Falamos aqui no ultimo post das três opções de transporte publico que usamos pra ir do centro de Paris para o Charles de Gaulle, por exemplo. Em Madrid, Lisboa, Praga e Berlin tínhamos os ônibus. Em Barcelona e Londres, o trem.

Fascinação sobre trilhos

Falando em trem, esse foi o transporte mais usado por nós nessa terceira eurotrip. O mais europeu dos meios de transporte tem grandes benefícios se comparados com os aviões, na minha opinião. Confortáveis, espaçosos e nada de check-in; sem aquela chatice de limites de peso e com a facilidade de que normalmente a estação está bem próxima de você, no centro da cidade. Os aeroportos são geralmente mais afastados. Dos dez trechos entre cidades e países que fizemos nessa ultima eurotrip, sete foram feitos sobre trilhos sendo seis deles nos trilhos de BENELUX (Bélgica, Luxemburgo e Holanda) e um lá no leste da Europa entre Praga e Viena.

Eu sou fã dos trens. Não nego. Acho muito interessante a integração que o transporte sobre trilhos promove na Europa. Já demonstrei aqui em posts anteriores a minha frustração pelo Brasil ter abandonado o transporte de passageiros sobre trilhos. Acho que se a gente tivesse uma malha ferroviária comercial razoável aumentaria e muito o turismo nacional.

As viagens de trem dessa eurotrip foram especiais!

Indo de trem de Rotterdam pra Amsterdam no dia 24 de Junho de 2012

BENELUX

Uma coisa puxa a outra e falar em BENELUX me lembrou duas coisas. A primeira é o quanto a Bélgica me surpreendeu positivamente. Não esperava muito de lá mas hoje tenho uma ideia muito legal sobre esse pequeno pais. Como é possível tanta diversidade em um espaço tão pequeno?  A área do Estado do Rio de Janeiro comporta uma Bélgica e meia. Ainda assim, eles conseguem ter três línguas oficiais e uma pseudo rivalidade entre Valões (francofônicos) e Flamengos (de língua holandesa) que já deixou o pais sem governo por um ano entre 2010 e 2011!

Mesmo com essas divisões internas, a Bélgica é sede de várias instituições que tem como premissa a integração como a União Europeia e a OTAN, por exemplo. Esse tipo de coisa fez com que eu me sentisse atraído pelo país além, é claro, dos chocolates, dos doces, das Grand Places, das pessoas e dos trilhos belgas!

Grote Markt Bruges, um dos destaques dessa eurotrip

Galera na animada Grote Markt de Bruges dia 23 de Junho de 2012

A segunda coisa que lembrei ao citar BENELUX foi da Holanda. Foi a segunda vez que estive na incrível Amsterdam e de quebra ainda fui conhecer uma cidadezinha típica a quinze minutos de trem da capital holandesa! Ao deixar o pais fiquei com uma vontade imensa de voltar e explorar mais o interior do pais… Se Deus me der a oportunidade de voltar lá vou fazer questão de passar em cidades como Delft, Utrecht, Haia e kinderdijk. Essa última já estava nos planos dessa eurotrip mas o frio e a chuvarada nos fez desistir.

Moinhos em Zaanse Schans, surpresa agradável dessa eurotrip

Um dos Moinhos de Zaanse Schans, grata surpresa no interior da Holanda, dia 26 de Junho de 2012

Verão Europeu

Falando em frio, os contrastes do “verão” europeu se fizeram presentes nessa jornada. Em Amsterdam chegamos a pegar 13°C e uma média diária de 17°C. Já em Praga 33°C e 35°C em Viena. Viena no verão é insuportável. Quem tiver a oportunidade de visitar a cidade no Outono e Primavera certamente terá uma experiência muito mais agradável do que eu tive.

Acho que é isso pessoal. Lembrando de mais alguma coisa importante eu posto aqui no FPE.

Grande abraço

Renato Vieira


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