Visita ao Domaine Pommery – Champagne e Arte
pelo viajante Renato Vieira, em
Reims, 28 de Novembro de 2017
Depois que terminamos nossa visita a Catedral de Notre Dame de Reims, pegamos um Uber e fomos até o Domaine Pommery, casa de uma das maiores e mais tradicionais produtoras de Champagne! Compramos os ingressos ainda no Brasil, via internet, para uma visita guiada às caves com direito a degustação no final!
UM POUCO DE HISTÓRIA
Conta a história que Alexandre Pommery, empresário de sucesso da indústria de lã, resolveu mudar o foco de seus negócios para a produção do Champagne que estava em alta em meados do século XIX. Pouco depois da criação do Champagne Pommery, Alexandre morre e a empresa passa a ser dirigida pela viúva, Louise Pommery.
Louise conduz sua marca ao sucesso e também deixa legados importantes para toda a indústria do champagne sendo o mais emblemático deles, seu pioneirismo na elaboração e comercialização de Champagne Brut (sem adição de açúcar) a partir de 1874! Apesar das similaridades, não confundir a história de Louise Pommery com a de outra viúva famosa de Champagne, a madame Clicquot rsrs
CHAMPAGNE AOC
Vale lembrar também que, nesse contexto, Champagne é uma appellation d’origine contrôlée (AOC) ou denominação de origem controlada. Isso significa que, para ser Champagne, o vinho espumante precisa ser produzido nessa região específica do nordeste da França (mapa aqui) e seguir um determinado conjunto de regras de cultivo da uva e de produção da bebida em si.
Há inclusive um comitê unindo produtores de Champagne que briga judicialmente ao redor do mundo para impedir o uso indevido do nome Champagne. Sem essa “batalha”, a palavra Champagne teria se tornado um conceito genérico equivalente a vinho espumante e muita gente acabaria “embarcando” no sucesso e prestígio associados a este nome. O lema do comitê é “Il n’est Champagne que de la Champagne”, ou seja, não é champagne (bebida) se não vem de champagne (denominação de origem/região geográfica).
DOMAINE POMMERY
A chegada ao Domaine Pommery impressiona! As construções que compõe a sede são verdadeiros palácios erguidos no século XIX pela madame Pommery no estilo arquitetônico elisabetano.
O tour em si foi bem diferente de outros passeios turísticos ligados ao vinho que eu havia feito até então no Brasil, Chile e Argentina. Nos passeios de vinícolas, normalmente há um contato com a terra, com a planta, com o processo de cultivo, com os tanques onde os vinhos fermentam, etc. Já no Domaine Pommery e na Champagne Taittinger (que visitamos na sequencia), o foco é conhecer as caves subterrâneas que abrigam milhões de garrafas de champagne enquanto a guia compartilha um pouco da história da casa e pincela as principais etapas da produção da bebida.
No Domaine Pommery são 18km de caves subterrâneas a uma profundidade de 30 metros! Lá embaixo, encontramos túneis rústicos e naturalmente frios. A temperatura àquela profundidade é de 10°C constantes ao longo de todo ano. A luminosidade também é muito baixa. Tudo para proporcionar um ambiente perfeito para o armazenamento e evolução do Champagne! Com o frio não nos incomodamos pois 10°C era mais quente do que a temperatura lá na superfície. A escuridão que foi um pouco ruim para as fotos mas a prioridade ali é o Champagne, não é mesmo?! hehe
ARTE CONTEMPORÂNEA
Uma das característica mais marcantes da visita ao Domaine Pommery foi a relação que esta casa tem com a arte contemporânea! Vimos muitas obras expostas enquanto caminhávamos pelas caves, todas parte de uma exposição chamada GIGANTESQUE! Tinha par de botas gigante, hélice gigante, mesas e cadeiras gigantes e até um muselet gigante (aquela proteção em arame que dá segurança a rolha da garrafa de champagne).
Ao término do tour pelas caves, subimos de volta ao saguão principal onde aconteceu a degustação. Bea e eu experimentamos um produto novo da casa, o Royal Blue Sky sur glace enquanto Amanda tomou suco de uva na taça de champagne e comeu madeleines, um docinho típico da região de Lorraine, também no nordeste francês!
No próximo post falarei um pouquinho da nossa visita a Champagne Taittinger e nosso retorno a Paris!
Abcs
Renato Vieira