Finalizando mais uma Eurotrip
pelo viajante Renato Vieira, em
Paris, 9 de Julho de 2012. Continuação do post anterior.
De volta no AIJ preparamos com calma nossas coisas antes de sair para o aeroporto. Fizemos o último backup de fotos dessa eurotrip no netbook e no hd externo, colocamos as coisas líquidas na mala, relaxamos um pouquinho e estávamos prontos. Era hora de partir!
No ano passado fomos pro aeroporto usando ônibus do transporte público de Paris (RATP). Na ocasião, pegamos um ônibus até a Place de la Nation e outro dessa praça até o aeroporto. Tivemos que comprar vários bilhetes pois o percurso até o aeroporto compreende muitas zonas tarifárias do transporte da cidade. Pagamos cerca de 8 ou 9 euros praticamente o mesmo preço de ir para o Charles de Gaulle de trem (RER).
Quem nos deu essa dica na época foi uma panamenha que trabalhava em Paris e também estava hospedada no albergue conosco. Como funcionou no ano passado, a ideia era fazer a mesma coisa esse ano. O problema é que eu não me lembrava mais os números dos ônibus… Decidi ir até a recepção do albergue perguntar…
Ao invés dos ônibus da RATP o cara me indicou um ônibus da própria Air France que tem parada na Gare de Lyon, ali pertinho do AIJ. Topamos ir até lá e experimentar um dos “Les Cars”, como são chamados esses ônibus especiais da maior companhia aérea da França.
Agora já experimentamos três maneiras diferentes de ir da cidade até o Charles de Gaulle sem pegar taxi: RER, ônibus RATP e agora o “Les Cars”. Nunca peguei taxi pra fazer esse percurso mas quem já pegou diz que custa caro… Quisera eu ter pelo menos uma dessas opções pra ir da minha casa pro aeroporto do Galeão no Rio…
Preço de um AP em Paris
Fomos descendo pra Gare de Lyon numa caminhada tranquila com as malas pela Rue Ledru Rollin, Rue Traversière e por fim Boulevard Diderot. Na Rue Traversière passamos por uma imobiliária chamada Century 21 onde pude matar um pouco da minha curiosidade sobre os preços dos imóveis em Paris.
Lembro que no ano passado, no auge da bolha imobiliária carioca, eu ouvia alguns canais noticiarem que os preços de alguns imóveis no Rio estavam se equiparando com os preços de imóveis em cidades como Paris e Nova York. Não estou procurando casa ou apartamento na cidade maravilhosa mas, pelo pouco que vejo, tenho que concordar com todos que dizem que os preços no Rio estão absurdos.
Essa agência específica da Century 21 na Rue Traversière negocia imóveis dali da região do 12° arrondissement que é um bairro popular/residencial, nem de perto comparado com os bairros mais elitistas como o 7° arrondissement (bairro da Torre Eiffel), 6° arrondissement (Saint Germain) ou 8° arrondissement (bairro do Arco do Triunfo e Champs-Elysée)… Mesmo assim achei os preços caríssimos… Multiplica os valores dos exemplos abaixo por 2.6 que vai dar mais ou menos o valor equivalente em reais! (cotação média de Julho de 2012)
Comparações esdruxulas à parte, é claro que ainda existe um enorme abismo entre a renda per capita e poder aquisitivo médio francês com relação ao brasileiro… Isso sem falar de outros fatores como segurança, transporte público e qualidade de vida em geral… Apesar disso, acho legal citar um trecho de um filme que vi recentemente, em que uma das personagens reclama que está com dificuldades de continuar pagando o aluguel dela em Paris. Ela complementa dizendo que morar na cidade é cada vez mais para os ricos. Pra quem se interessar o filme chama-se “Paris“, lançado em 2008 com a Juliette Binoche e Romain Duris. Um prato cheio pra quem gosta da cidade!
Boulevard Diderot
Chegamos então na Boulevard Diderot, na frente da Gare de Lyon pra pegar nosso ônibus pro aeroporto. Enquanto esperávamos, avistamos alguns dos imóveis que estavam sendo anunciados na imobiliária que falei mais acima. Morar ali perto da Gare de Lyon significa que você está a 3 horas de distância de Genebra ou Berna na Suíça usando trens do TGV Lyria ou a um pouco mais que isso de Veneza na Itália usando trens Thello. Além desses destinos, a estação tem serviços de trem pra outras cidades francesas (SNCF / TGV).
Será que esse é um fator que valoriza os imóveis do 12° arrondissement???
Em mais ou menos 20 minutos chegamos ao Aeroporto Charles de Gaulle. A primeira coisa que fizemos lá foi pegar uma “merrequinha” que pagamos de impostos de volta. Foi bem simples e prometi que explicaria aqui como funciona mas vou deixar pra escrever sobre isso num post separado mais pra frente.
Na hora de passar pela revista pra entrar na área de embarque, fui interpelado pela última vez em Paris sobre a minha incapacidade de falar francês. A segurança, toda simpática, ficou surpresa e decepcionada. Fiz um esforço, entendi o que ela perguntava e respondia sempre com um “Oui mademoiselle“, “Non, mademoiselle” e “merci” e “au revoir” no final das contas ela riu e falou que eu não estava tão zerado assim! rs
Au revoir Paris
Diferente do vôo Rio-Paris do início da viagem, a nossa volta estava lotadinha. Não tinha um lugar livre. Nesse vôo aconteceu algo inédito comigo. Nenhuma das vezes anteriores que eu cheguei ou saí de avião do Charles de Gaulle eu havia conseguido identificar Paris da janelinha da aeronave.
Quando agente chega ou sai do Rio por exemplo, dá pra identificar do céu a Pedra da Gávea, o Corcovado, o Pão de Açúcar, o Maracanã e etc. Eu acho muito legal essa coisa de ter a perspectiva de uma cidade lá do alto. Sempre quando posso tento fotografar. Em Paris eu tinha meio que essa curiosidade, quase frustração, por nunca ter conseguido reconhecer nada de dentro do avião.
Dessa vez, um pouco depois da decolagem, sentado no 41C do Boieng 747, virei pra esquerda e quem eu vejo piscando lá embaixo?! A Torre Eiffel!!! Foi muito maneiro isso porque ela pisca somente durante os dez primeiros minutos de cada hora a partir de 22h até meia noite. O nosso vôo era pra sair 23:30 e se conseguimos ver a torre piscando significa que estávamos sobrevoando Paris em algum momento entre 0h e 0:10h. Alguns instantes a mais ou alguns instantes a menos eu não veria o que vi.
Esse foi um momento especial que vou guardar comigo… só na memória mesmo pois não tirei nenhuma foto… Pra mim foi muito simbólico isso ter acontecido logo dessa vez… Era como se a cidade estivesse se despedindo de mim… Não um adeus mas um até breve. Um até breve que talvez dure bastante tempo. Tenho um carinho enorme pela cidade mas é preciso explorar outros destinos, o que, muito dificilmente vai tirar o título de Paris como minha cidade europeia favorita!
Consegui dormir durante praticamente metade do voo o que é outro fato inédito! Chegamos bem no Rio. Minha parceira de jornada Aline, seguiu para Floripa muito realizada por ter conhecido a Europa!
É hora de voltar ao trabalho e aos estudos, incluindo o curso de francês é claro! rs Mais pra frente escrevo um post dando um geralzão mais subjetivo, reflexivo e conclusivo sobre as impressões que tive nessa terceira edição de eurotrip.
Obrigado a vocês que acompanharam até aqui. Até a próxima jornada! 😀
Au revoir!
Renato Vieira