Mercado das Pulgas e Le Marais
pelo viajante Renato Vieira, em
Paris, 9 de Julho de 2012. Continuação do post anterior.
Mercado das Pulgas de Saint-Ouen
Em Montparnasse pegamos o metrô e fomos até o final da linha 4. Descemos na estação Porte Clignancourt, quase fora de Paris, na divisa com Saint-Ouen. Na época da montagem do roteiro, lemos em alguns lugares sobre esse grande Marché Aux Puces (mercado de pulgas) que existe em Saint-Ouen e sobre a diversidade de coisas que eram vendidas nele a preços camaradas. Não confundam com outlet. É mercado de pulgas, ou seja, uma espécie de feira livre/camelódromo/bazar. Fomos num mercado desses em Amsterdam.
Realmente chegamos lá e era enorme. Quanto mais você andava mais apareciam barracas, quiosques e stands. Só que… sinceramente, na minha opinião não é nada tão de outro mundo assim… principalmente para quem mora no Rio de Janeiro e anda em lugares como Madureira ou Rua Uruguaiana. Acho que o pessoal fala tanto desse Marché Aux Puces por ser um lugar que se opõe a imagem glamorosa que se tem de Paris. Quem diria que a seis quilômetros e meio do centro da Cidade da Luz haveria um lugar tão povão/caótico como esse? Com certeza pra europeus e curitibanos aquilo pode ser de outro mundo. Pra mim, sinceramente, era normal.
Pra não dizer que nada me impressionou, eu gostei muito de um grafite que tinha num outdoor fazendo alusão à triste final da Copa do Mundo de 1998 quando a seleção brasileira perdeu de três a zero pra França no Stade de France.
Antes de pegar o metrô de volta pro centro, paramos pra comprar uma caixinha que vinha 6 ou 4 versões francesas do picolé Magnum no Franprix da Rue Letort. Sei que é estranho o que vou dizer mas estava fazendo um calorzinho nesse dia… hehe É bom reforçar o quanto as coisas são baratas nesses mercadinhos de Paris se comparados aos preços de rua, restaurantes ou lanchonetes.
Fiscalização no metrô
Da estação Porte Clignancourt pegamos o metrô até a estação Cité que fica na Ilê-de-la-Cité, onde fica a Catedral de Notre Dame. Assim que subimos o elevador da estação, vimos uma equipe de fiscalização de bilhetes fazendo a checagem dos usuários que saíam. Estávamos cientes que apesar de raro isso poderia acontecer e não nos desfizemos dos nossos bilhetes. Mostramos e passamos sem nenhum problema. Diferentemente de lugares como Berlim, Viena e Praga, Paris tem catracas no seu metrô e ainda assim coloca equipes para inspecionar passageiros esporadicamente. Em 2011, mesmo tendo comprado o bilhete, o Gustavo não conseguiu achar o ticket dele na hora de mostrar a um desses fiscais. O resultado foi uma bela multa de 40 euros. Tentamos conversar com o cara mas não teve jeito.
Bouquinistes no Sena
A essa altura já tínhamos acabado nosso roteiro. Descemos ali para uma última caminhada a beira do rio Sena. Sem pressa, nós observávamos as pessoas que passavam e os mais do que tradicionais Bouquinistes que são aqueles vendedores que ficam nas muretas do Sena com seus grandes baús verdes cheios de livros antigos. Já li que essa tradição de comercialização de livros usados no Sena vem do século XVII. Eu cheguei a ver alguns quadros e desenhos que mostram os Bouquinistes em uma Paris de outros tempos.
Flanando pelo Marais
Atravessamos a rua e entramos num dos mais tradicionais bairros da cidade, o Marais (Le Marais). Apesar da importância desse antigo quartier de Paris, nossa motivação maior era conhecer um pouco da vizinhança onde o compositor e cantor Chico Buarque supostamente tem um apartamento onde passa longas temporadas. Aline é fã de Chico Buarque. Eu sei da importância dele para a música brasileira mas particularmente nunca fui de acompanhar seu trabalho. Ainda assim, fiquei interessado em conhecer o lugar.
Simplesmente nos deixamos levar sem rumo pelas ruazinhas do Marais. O bairro é muito tranquilo. Os prédios antigos e as lojinhas são de encher os olhos. Quase não há trafego de carros e quando tem é um de cada vez pois a maioria das ruas são bem estreitas. Nessa curta caminhada que fizemos já sacamos por que o Chico moraria lá… O bairro é inspirador e sua paz perfeita para deixar as ideias fluirem…
O Marais fica no Rive Droite, margem direita do Rio Sena, mais ou menos na altura da Ilê-de-Saint-Louis. A estação do metrô desse quartier seria a Saint Paul, mas a Cité e Bastille também não ficam longe. Nós ficamos rodando no bairro passando por ruas como: Rue du Fauconnier, Rue des Jardins-Saint-Paul, Rue Charlemagne, Rue du Figuier e outras…No final das contas não esbarramos com o Chico Buarque mas com certeza flanar pelo Marais foi o passeio mais legal do dia!
Chegamos no alberque e nos preparamos pra partir de volta ao Brasil. No próximo post conto o último capítulo dessa jornada.
Abcs
Renato Vieira