Bastidores da volta a Paris
pelo viajante Renato Vieira, em
Paris, 4 de Julho de 2012
Vinte e dois dias em Paris
Vinte e dois dias em Paris. Essa vai ser a quantidade de dias total que eu vou ter passado “turistando” na cidade ao término dessa jornada no dia 9/7 somando, é claro, os dias que passei aqui em 2010 e 2011. É a segunda cidade fora do Rio que eu passei “mais tempo” na minha vida… Ainda perde pra Vancouver onde fiquei um mês fazendo curso em 2008.
Eu me amarro muito em Paris. Sem dúvida é a cidade aqui da Europa que eu mais me apeguei. Tanto que ela esteve presente com destaque nos roteiros das três jornadas.
Quando comecei a rascunhar essa viagem eu achava que viria sozinho e, mesmo gostando muito de Paris, não era minha intenção ficar seis dias por aqui. Já tinha visto as principais atrações nos dois anos anteriores e pra fazer as coisas menos famosas, num ritmo mais lento, eu achava que no máximo quatro dias estava bom.
O planejamento mudou. Aline veio me fazer companhia. Ela nunca tinha vindo. Terei o maior prazer de mostrar pra ela um pouco dessa cidade que é especial pra mim. Porém, isso implica em fazer as coisas turísticas novamente como Torre Eiffel, Louvre e Champs-Elysée e etc. Confesso que essa tarde teve uma hora que bateu uma vontade de ir em alguma loja da SNCF (companhia nacional de trens francesa) e comprar uma passagem pra Strasburgo, Marselha, Nice... qualquer coisa… Até brinquei com Aline sobre isso… Sabe aquela brincadeira com fundo de verdade?! rs
Indo pra outra cidade aqui da França ou não, nosso desafio será mesclar as coisas mais tradicionais de se fazer em Paris com coisas menos batidas. O roteiro está pronto. Vamos ver o que conseguimos… 🙂
Troca de quarto no AIJ
Essa é a terceira vez que estou hospedado no AIJ e a primeira vez que tive um contratempo. O quarto era no térreo, quase no fundo do corredor. Estava com cheiro de fechado, mal arejado, estranho. Chegamos ontem da rua quase meia noite e o rapaz que estava na portaria já não podia resolver esse tipo de situação.
Hoje pela manhã, antes mesmo de tomar café, fui falar com uma moça que estava na recepção sobre a possibilidade de trocar de quarto. Cheguei dando “Bonjour” e pedindo “s’il vous plâit”. Expliquei a situação, fiz uma drama dizendo que Aline tinha problemas respiratórios e conseguimos um novo aposento… lá em cima no quarto andar. Nem tudo foi vitória… o tal quarto só vagaria daqui a dois dias… No dia 6/7… Aceitamos já que ficaríamos no albergue até o dia 9/7.
Então fica a dica: Se pegar o AIJ melhor ficar nos andares superiores… São arejados, entra bastante luz nos 15 dias ensolarados do ano e você pode deixar a janela sempre aberta… Mesmo a noite dependendo da estação do ano é claro. rs No térreo, se você deixa a janela aberta, qualquer um que passar vê você lá dentro.
O quarto andar também não é só vitória… O ponto negativo de ficar lá é que você tem que subir com a mala no braço… Não tem elevador… No meu caso, subi com duas malas… fiz duas viagens… mas prefiro. É um sacrifício que você faz uma vez quando chega e outra vez quando vai embora.
O AIJ é um albergue muito simples. Com certeza o mais simples que já fiquei na Europa e um grande contraste com o primeiro albergue que ficamos nessa jornada. Toda essa simplicidade deixa o AIJ sem outra escolha a não ser cobrar um preço bem barato comparado aos padrões de Paris. A localização dele é excelente. Fica na Rue Trousseau, num lugar muito conveniente próximo a mercados, padarias e lanchonetes. Além disso, do albergue podemos ir a pé para a Place de la Bastille, a estação de metrô Ledru-Rollin e a estação de trem Gare de Lyon. Inclusive foi nessa estação que Gustavo e eu descemos quando viemos de Genebra de TGV.
A Gare de Lyon é a terceira estação mais movimentada de toda a França. Além do TGV a estação tem serviço de RER, metrô e é parada do ônibus expresso para o aeroporto Charles de Gaulle.
Resumindo, para nós, low cost travellers, vale a pena ficar nesse albergue. O café da manhã é simples mas gostoso e o staff é bem amigável. Pouca coisa mudou da minha primeira estadia aqui em Fevereiro de 2010 pra agora… Inclusive muitos dos funcionários são os mesmos desde aquela época.
A saga da nota rasgada
Senti uma boa coisa ao conversar com a moça da recepção sobre o novo quarto. Ela foi bastante atenciosa. Nesse momento me senti com abertura para falar de algo que estava enterrado comigo há mais de dois anos: Uma nota de 100 euros rasgada ao meio e na ponta superior direita. Eu havia rasgado essa nota em Berna, 2010. Foi um acidente. No dia que aconteceu eu tinha outras notas inferiores junto… rasgou justo essa…
Meu então companheiro de viagem Gustavo nem ficou sabendo desse caso. A história era muito embaraçosa… Simplesmente guardei as metades e deixei no fundo da carteira na esperança de um dia conseguir consertá-la. Na verdade nem tinha tanta esperança assim. Tanto que voltei pra Europa em 2011 e nem pensei em fazer nada com a nota… Agora era diferente… achei um local e uma pessoa com quem me senti a vontade pra falar do assunto sem que ela pensasse que eu era um “um sete um” tentando passar uma nota rasgada.
Contei pra ela o que havia acontecido e perguntei se ela achava que eu poderia consertar e usar aquela nota. Antes de responder ela pegou uma fita durex e com cuidado cirúrgico uniu as metades. Depois ela perguntou se eu estava com a pontinha da nota, que também estava rasgada, na carteira. Procurei e não achei. Ela então me devolveu a nota “semi-inteira” e disse que sem a ponta dificilmente eu conseguiria passá-la. Talvez no banco. Tinha um BNP Paribas ali perto… na Rue du Faubourg Saint-Antoine… mas não tive coragem de ir lá… guardei a nota todo feliz. Esperançoso de, quem sabe, poder usar aquele dinheiro ainda nessa viagem!
Contei pra Aline e depois do banho tomamos café pra sair e explorar Paris. O primeiro passeio do dia foi o Bateaux Parisien … Voltinha de barco pelo Rio Sena!
Conto como foi no próximo post.
Abcs,
Renato Vieira